Jovem de 15 anos morre após sofrer overdose em banheiro de escola; mãe fica inconsolável: ‘Não consigo superar’

Melanie Ramos, era uma adolescente de 15 anos que faleceu dentro do banheiro de uma escola, vítima de overdose de um medicamento. Ela foi encontrada inconsciente e caída o chão por um funcionário da instituição de ensino e o padrasto de uma colega. O caso aconteceu no dia 13 de setembro deste ano, mas tem ganhado notoriedade agora por conta da repercussão dos fatos.
O medicamento usado pela adolescente pode ser encontrado na forma de comprimidos ou até mesmo em outros produtos de farmácias. A polícia confirmou que o comprimido consumido, na verdade, continha fentanil, um opioide sintético com efeito analgésico e anestésico, 50 vezes mais forte que a heroína e 100 vezes mais forte que a morfina.
A mãe de Melanie, Elena Pérez, concedeu uma entrevista para a BBC News Mundo onde ela desabafa sobre a perda da filha. “Morreu sozinha, no banheiro. Ali acabaram seus sonhos, seus planos e também terminou a minha vida. Ela me deixou despedaçada. Não consigo superar”, lamenta a mulher.
Em meio a tanto dor e sofrimento, a mãe de Melanie busca na justiça meios para que nenhum pai ou mãe precise passar pelo que ela está vivendo agora, portanto, ela tomou a atitude de processar o Distrito Escolar Unificado de Los Angeles.
O advogado de Elena, Luis Carrillo, afirma que os funcionários da escola não tiveram a bondade de procurar por sua filha quando perceberam a ausência dela na instituição, indicando que isso foi uma enorme negligência. O defensor ainda fala que a instituição avisou a sua cliente que a menina não tinha comparecido na escola, mas ela garantia que a filha tinha ido para a escola no dia.
Cerca de oito horas antes que a menor fosse encontrada, a escola havia avisado sua mãe que ela não havia comparecido às aulas no período da tarde. “Ligaram para mim perto das 12h30 para dizer que ela não estava, que o professor a registrou como ausente”, disse a mãe em entrevista. “Mas eu garanti a eles que sim, que ela foi para a escola de manhã e pedi, por favor, que a procurassem.”
A ação movida pela mãe de Melanie se dá por danos, perdas e morte por negligência, uma vez que nem o distrito, nem a escola cumpriram com o dever de proteção da aluna. Por conta disso, alegam que houve um atraso no tratamento que poderia ter sido suficiente para salvar a vida da adolescente.
“Onde estavam os funcionários? Onde [estavam] os professores? Onde estava a administração? Não fosse por outro pai, minha sobrinha talvez só tivesse sido encontrada no dia seguinte. A polícia chegou às duas horas da manhã para informar-me sobre a morte da minha filha”, recorda Pérez.
“Sabemos que temos uma crise urgente em mãos”, reconheceu em coletiva de imprensa o superintendente do distrito escolar, Alberto Carvalho, em 14 de setembro. Mas também “sabemos que as coisas não mudaram, pois, apenas um mês depois, outro adolescente sofreu overdose na escola. Onde estão as mudanças?”, questiona Carrillo.