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Funerária causa revolta após colocar corpo em caixão cheio de lixo; jovem morreu após ter atendimento médico recusado

Vitor Augusto Marcos de Oliveira, era um rapaz obeso que faleceu sem receber atendimento médico por conta do seu tamanho, sua mãe ficou revoltada ao perceber que a urna onde o corpo foi depositado continha lixo camuflado em seu interior. O local foi preenchido com jornais velhos, caixotes de madeira e pó de serra.

Andreia da Silva notou algo anormal com o caixão do filho em razão do tamanho da estrutura. Segundo ela, o material era mais alto que o necessário. Ela alega que era de “tamanho exorbitante, grotesco, feio, horroroso”, desabafou em profunda revolta. “Eu não tinha descoberto essa fraude. Brincaram de novo com o peso do meu filho. Mais uma vez, gordofobia. Meu filho estava em cima do lixo”, acrescentou ela em seu relato.

A funerária Trianon, responsável pelo caixão, conta que não tinha responsabilidade pelo estado do caixão, apenas pelo transporte do corpo de Vitor. A empresa também defende que a responsável pela preparação do corpo e da urna funerária para o velório seria a Cooperaf, uma cooperativa de tanatopraxia.

Uma representante da Cooperaf afirmou em entrevista que o nivelamento do corpo com papéis e a utilização de pó de serra são práticas habituais na área. Ao ser questionada pela presença dos caixotes de madeira, a mulher encerrou a ligação.
Lourival Panhozzi, presidente da Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (ABREDIF), argumenta que os protocolos adotados estão “absolutamente fora dos padrões estabelecidos” e que “responsabilidades precisam ser apuradas”.

“Primeiro: uma urna do tamanho adequado deveria ter sido usada. Colocaram uma de tamanho superior à necessidade. Segundo: o preenchimento do fundo da urna, quando necessário, jamais pode ser feito com restos de materiais. O corpo foi apresentado à família de maneira inadequada”, disse Panhozzi.

A Secretaria da Segurança Pública (SSP) informou que as imagens que mostram o caixão preenchido com os materiais estão sob análise. “Exames periciais foram solicitados, e estão em fase de elaboração, e serão analisados pela autoridade policial tão logo forem concluídos. As diligências estão em andamento para esclarecer os fatos”, diz em nota.