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Mulher vive drama ao ter mão amputada após parto: ‘Tenho vergonha que olhem para mim’; justiça é acionada

A vítima de 24 anos teve a mão amputada depois de uma complicação após o parto que até o momento não foi revelado pelo hospital a verdadeira causa.

O nascimento de um filho é muito especial, mas o que esta jovem de 24 anos sofreu deixará marcas pelo resto da vida. O que era para ser um momento de alegria se tornou um verdadeiro pesadelo. A mulher estava grávida quando deu entrada no hospital para dar à luz, no fim de tudo ela teve a mão e punho esquerdos amputados. Os familiares da mulher não entendem a causa do que a levou a tamanho sofrimento e tem cobrado um posicionamento da unidade de saúde.

A vítima tem passado por essa situação difícil para encarar a nova realidade, ela explicou que o sentimento em relação a sua situação é estranha pois o membro sempre esteve ali e agora foi retirado. “Eu tive a minha mão por 24 anos. Fui apenas ganhar um bebê e voltar sem ela, para mim, foi um pouco estranho. Para qualquer pessoa”, desabafou a jovem que preferiu não ter a identidade revelada.

Ela estava com 39 semanas de gravidez quando buscou ajuda no Hospital da Mulher Intermédica de Jacarepaguá, unidade localizada na Zona Oeste do Rio de Janeiro. O fato ocorreu no dia 9 de outubro de 2022, mas somente ganhou repercussão nesta semana.

“Tem um mês que tive coragem de olhar para o meu braço sem mão. Não gosto de olhar. Ainda não me aceito nessa nova versão. Também não saio de casa, tenho vergonha que olhem pra mim. Acho que está todo mundo me olhando”, disse a mulher.

O que se sabe deste caso é que a vítima acabou sofrendo uma hemorragia após o nascimento do filho e segundo seus familiares, ela teve uma complicação no resguardo e os médicos optaram por criar um acesso venoso na mão para introduzir os medicamentos. Contudo, durante o procedimento, a mãe apresentou dor, inchaço e incômodo na região. O único cuidado aplicado na região, de acordo com a família, foi uma bolsa de gel quente que, em dado momento, chegou queimá-la.

Transferida para o Hospital da Mulher Intermédica de São Gonçalo, foi constatada a gravidade do problema na mão, com possível quadro de trombose – que nunca foi confirmado -, e foi preciso amputar o membro pra salvar o braço. Ela ainda precisou voltar ao hospital, cerca de 45 dias depois do parto e já sem a mão, para se submeter a uma curetagem por sucção – raspagem da cavidade uterina – porque o hospital teria esquecido algum material dentro do seu corpo.

“Cerca de 45 dias depois do parto, minha filha teve um sangramento, uma hemorragia. Foi para o hospital, e lá disseram que ela teria que se submeter a uma nova cirurgia, pois esqueceram alguma coisa dentro dela, mas não souberam dizer o que era porque não tinham um exame de imagem para analisar antes. Foram direto fazer a curetagem por sucção, e ela teve que ficar mais dois dias internada”, conta a mãe da jovem.

Família busca respostas na justiça

Familiares da mulher se apoiaram na tentativa de entender o que aconteceu de fato com ela dentro do hospital. A paciente falou sobre as duras consequências que tem sofrido com a amputação. Inclusive, o fato de ter perdido a oportunidade de acompanhar o filho nos primeiros dias de vida.

“Tem certas coisas que eu não posso fazer com ele, que eu já tinha feito com os meus dois outros filhos. Também não sei como vai ficar no meu trabalho quando eu voltar. Era fiscal em um mercado e precisava das duas mãos para exercer a função”, contou. “Era para ser um momento feliz”, desabafou.

A instituição hospitalar comunicou que está investigando o caso e ainda frisou que está a disposição para os esclarecimentos necessários.