Após dizer que Preta Gil era a favor de Lula, Luiz Bacci acabou sendo de… Ver mais

O falecimento de Preta Gil, aos 49 anos, gerou uma comoção nacional que reuniu fãs, artistas e amigos em uma onda de homenagens à cantora. Reconhecida não apenas por sua carreira artística, mas também por sua atuação em causas sociais e por sua força na luta contra o câncer, Preta teve sua imagem celebrada por muitos — mas também envolvida em uma polêmica inesperada. Uma postagem do jornalista Luiz Bacci no Instagram causou revolta e abriu discussão sobre os limites da cobertura midiática em momentos de luto.

Na tentativa de homenagear a cantora, Bacci compartilhou uma imagem de Preta Gil fazendo o símbolo do “L” com as mãos — um gesto associado ao apoio ao presidente Lula — e usou a legenda para destacar o envolvimento político da artista. Ao invés de focar em sua trajetória cultural ou sua importância afetiva para o público, o jornalista ressaltou episódios de embates ideológicos e o engajamento da cantora em debates públicos, especialmente no campo político.

A publicação, feita no mesmo dia do falecimento da artista, foi duramente criticada por internautas de diferentes posicionamentos ideológicos. Muitos consideraram o conteúdo insensível, deslocado e inoportuno. Uma das críticas mais compartilhadas dizia: “Preta era muito mais do que uma apoiadora política. Era arte, coragem e empatia. Reduzir sua grandeza a uma narrativa eleitoral é injusto e desrespeitoso.”

Choveram comentários condenando o tom do texto. Alguns usuários apontaram que Bacci parecia tentar capitalizar em cima da comoção coletiva para gerar engajamento. Houve quem o acusasse de tentar transformar um momento de luto em palco para alimentar discussões partidárias. “Até quem não compartilha da ideologia dela sentiu vergonha da forma como você tratou o momento”, comentou uma internauta que se identificou como de direita.

O caso trouxe à tona uma velha discussão: qual é o papel da imprensa quando figuras públicas morrem? Haveria um limite ético entre o direito de informar e o dever de respeitar a memória e o momento de dor dos familiares e fãs? Para muitos, o episódio envolvendo Luiz Bacci exemplifica a tendência atual de transformar tudo em conteúdo atrativo, mesmo que isso custe a empatia e o bom senso.

Preta Gil deixa um legado muito maior do que qualquer rótulo político. Ao longo da vida, ela se destacou como símbolo de resistência, generosidade e autenticidade. Sua luta por inclusão, sua presença marcante na arte e sua força diante da doença foram qualidades celebradas por muitos. Em sua despedida, o Brasil mostrou que a memória de uma mulher como ela deve ser tratada com reverência — algo que, para muitos, faltou na publicação do jornalista.

O episódio serve de alerta para profissionais da comunicação: nem todo engajamento compensa a perda de sensibilidade. Em tempos em que a velocidade da notícia parece mais importante que seu impacto, lembrar da humanidade por trás das manchetes nunca foi tão urgente.