URGENTE: Após pedido de impeachment de Moraes foi decidido que… Ver mais

Uma imagem que lista os rostos e nomes de 40 senadores a favor da abertura de um processo de impeachment contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), tem circulado intensamente nos corredores do Senado em Brasília. A iniciativa, divulgada pelo líder do PL no Senado, Carlos Portinho, é interpretada como uma estratégia calculada para exercer pressão sobre os parlamentares que ainda permanecem indecisos em relação à votação. O material afirma que “só falta 1 senador” para que a denúncia possa ser oficialmente considerada.

A estratégia do PL é baseada em uma análise cuidadosa do regimento do Senado, que exige 41 votos – a maioria absoluta de 81 senadores – para que um pedido de impeachment contra um ministro do STF seja levado adiante. Se essa meta for alcançada, o processo terá início, algo que seria inédito na história recente do Brasil. Para que Moraes seja afastado, no entanto, seria necessária a aprovação de pelo menos 54 senadores, o equivalente a dois terços do Senado, tornando o cenário ainda mais desafiador.

A campanha liderada por Carlos Portinho é parte de uma ofensiva mais ampla do bolsonarismo, que usa o impeachment como um instrumento de obstrução legislativa. A divulgação da imagem, que expõe os senadores que apoiam a proposta, visa demonstrar força política e pressionar aqueles que ainda não se posicionaram. No entanto, essa movimentação tem gerado desconforto entre alguns senadores que preferem não ter seus nomes associados a uma pauta considerada controversa e, para muitos, antidemocrática.

Analistas políticos observam que essa manobra possui múltiplos objetivos. De um lado, os aliados de Bolsonaro buscam manter sua base mobilizada, reafirmando o compromisso com uma de suas principais promessas de campanha: o confronto com o STF. Por outro lado, a iniciativa também pressiona o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, que tem se mostrado relutante em colocar pedidos de impeachment em pauta. Pacheco é visto como um dos principais obstáculos para o avanço da denúncia, defendendo a necessidade de preservar a independência entre os Poderes.

As críticas à atuação de Alexandre de Moraes têm sido constantes por parte dos apoiadores de Bolsonaro, especialmente em relação ao seu papel em investigações sobre atos antidemocráticos e disseminação de desinformação. Moraes, que é relator de inquéritos sensíveis no STF, tornou-se uma figura central no embate entre o Judiciário e setores da direita radical. Seus opositores o acusam de ultrapassar os limites constitucionais, enquanto seus defensores argumentam que sua atuação é vital para a proteção da democracia.

Apesar da pressão crescente, especialistas acreditam que a probabilidade de um impeachment avançar ainda é remota. Embora a meta de 41 votos para admissibilidade possa ser alcançada, a necessidade de 54 votos para uma cassação definitiva é considerada improvável no atual cenário político. Além disso, muitos senadores estão conscientes de que apoiar abertamente essa ofensiva contra o STF pode resultar em desgaste político com o eleitorado moderado e com setores do Judiciário.

A movimentação do bolsonarismo, no entanto, sinaliza uma mudança significativa nas relações entre os Poderes. A exposição pública de senadores, uma prática incomum na política tradicional, intensifica a disputa institucional e demonstra a disposição de parte do Congresso em desafiar diretamente o Supremo. A imagem divulgada por Portinho não é apenas uma estratégia de comunicação, mas um claro indicativo de que a tensão entre Legislativo e Judiciário está longe de ser resolvida, prometendo um redesenho do equilíbrio entre os Poderes nos meses vindouros.