A Fragilidade de Bolsonaro: Ex-presidente Deixa Prisão Domiciliar para Tratamento Médico

No último domingo, 14 de setembro, Jair Bolsonaro (PL, Partido Liberal) fez sua primeira saída da prisão domiciliar em Brasília para realizar uma série de exames médicos no hospital DF Star. A autorização para esta movimentação partiu do ministro Alexandre de Moraes, e o deslocamento foi cercado por um rigoroso esquema de segurança, semelhante a uma operação de alto risco, com escolta armada e inspeção minuciosa do veículo. A cena atraiu a atenção de transeuntes e gerou comentários sobre a situação delicada do ex-presidente.

O médico Cláudio Birolini, que tem acompanhado a saúde de Bolsonaro ao longo dos anos, revelou que os exames realizados indicaram anemia devido à falta de ferro e sinais de uma pneumonia recente. O especialista atribuiu parte do agravamento do estado de saúde à alimentação inadequada durante o período de reclusão. “É um senhor de 70 anos que já passou por várias cirurgias, então é natural que esteja fragilizado”, observou Birolini.

Durante sua estadia no hospital, Bolsonaro recebeu tratamento para a anemia, incluindo a reposição de ferro, além de ter realizado a retirada de oito pequenas lesões de pele, cujas amostras foram enviadas para análise em biópsia. O ex-presidente também continua a receber tratamento para hipertensão e refluxo, condições que já estão sendo monitoradas há algum tempo. Após os procedimentos, Bolsonaro retornou para sua casa no mesmo dia.

A situação clínica do ex-presidente abre espaço para novas manobras jurídicas. Aliados e advogados estão considerando usar a questão de saúde como um argumento para manter Bolsonaro sob regime domiciliar, evitando sua transferência para um presídio comum, conforme uma decisão do Supremo Tribunal Federal (STF). Essa estratégia não é novidade no Brasil, onde questões médicas têm sido frequentemente invocadas em situações de grande repercussão política para flexibilizar a aplicação de penas.

A saída ao hospital também reforçou a imagem de vulnerabilidade do ex-presidente. Distante das longas transmissões ao vivo e das aparições enérgicas em motos e eventos, Bolsonaro agora se apresenta fragilizado, refletindo sua idade e os desafios legais enfrentados. Essa nova realidade contrasta fortemente com a imagem de força que sempre tentou transmitir ao público.

Nos bastidores da política, já se discute o impacto que a saúde de Bolsonaro poderá ter nas próximas eleições. Enquanto alguns membros do seu partido buscam alternativas para seguir adiante sem a presença ativa do ex-presidente, outros acreditam que ele ainda possui a capacidade de mobilizar seus apoiadores, mesmo a partir de casa. As próximas semanas prometem ser cruciais tanto para o desenrolar da Justiça quanto para a saúde de Bolsonaro, em um cenário que continua a se mostrar incerto e dinâmico.