Adeus ao Galã Imortal: A Última Cena de Francisco Cuoco comove o Brasil

A televisão brasileira amanheceu mais triste na última quinta-feira, 19 de outubro. Aos 91 anos, partiu Francisco Cuoco, um dos maiores nomes da dramaturgia nacional, cuja presença marcou gerações em frente às telinhas. O ator faleceu em São Paulo e a confirmação veio da própria família, em nota à Folha de S. Paulo, provocando comoção entre fãs e colegas de profissão.

Francisco Cuoco não foi apenas um artista. Ele foi sinônimo de elegância, talento e entrega nos mais de 60 anos dedicados ao ofício de atuar. Sua trajetória confunde-se com a história da teledramaturgia brasileira, e seu rosto está eternamente associado a personagens emblemáticos.

Entre suas atuações mais lembradas, estão os protagonistas de Pecado Capital (1975), O Astro (1977), Selva de Pedra (1986) e O Sétimo Sentido (1982). Cada uma dessas novelas fez história, não apenas por suas tramas envolventes, mas por contar com Cuoco no centro da narrativa, transmitindo emoção e carisma com a naturalidade dos grandes mestres.

Francisco era mais que um galã – era uma referência. Dono de uma voz marcante e de um olhar que sabia transmitir ternura ou fúria em igual medida, ele deu vida a personagens intensos, apaixonados e inesquecíveis. Muitos brasileiros ainda se recordam de suas falas como se fossem parte de suas próprias histórias familiares.

Mesmo com o avançar da idade, Cuoco jamais se distanciou totalmente das câmeras. Participações especiais em novelas e séries nos últimos anos mostravam que a chama da atuação ainda ardia forte. Era visível que estar em cena era seu alimento, sua paixão.

Nos bastidores, era conhecido pelo profissionalismo e generosidade. Jovens atores que contracenaram com ele relatam sua postura humilde e sempre disposta a ensinar, ouvir e aconselhar. Muitos, inclusive, o consideravam um mentor informal dentro dos estúdios.

Cuoco também foi um homem de família. Deixa três filhos — Tatiana, Rodrigo e Diogo — e netos que, certamente, herdarão memórias afetivas de um avô presente e amoroso. A intimidade do lar era seu refúgio após os holofotes, onde ele encontrava paz e simplicidade.

Antes de falecer, o ator estava internado no Hospital Albert Einstein, tratando de um ferimento infeccionado. Apesar do sigilo da família sobre a causa exata da morte, sabe-se que ele vinha enfrentando complicações de saúde comuns à sua faixa etária.

A despedida de Cuoco escancara a necessidade de valorizarmos nossos artistas em vida. Ele representou o Brasil, contou nossas histórias, viveu nossas emoções. Sua morte deixa um vazio, mas seu legado está eternamente gravado em rolos de fita, DVDs, plataformas digitais e, acima de tudo, na memória afetiva do público.

Francisco Cuoco ajudou a construir a imagem da novela brasileira como patrimônio cultural. Com ele, aprendemos que a televisão é mais que entretenimento: é espelho, é arte, é emoção.

Sua influência ultrapassa as gerações. Crianças dos anos 70 cresceram assistindo seus galãs. Jovens dos anos 90 descobriram sua força em reprises e participações especiais. E os adultos de hoje continuam revendo suas cenas com o mesmo encantamento.

Em tempos tão acelerados, sua carreira foi uma aula de constância, elegância e comprometimento com a arte. Francisco Cuoco não foi apenas um ator — ele foi um pilar da cultura televisiva nacional.

Hoje, nos despedimos do homem, mas jamais do artista. Que sua última cena nesta vida seja apenas o início de sua eternidade nas memórias e corações dos brasileiros. Descanse em paz, mestre Cuoco. Sua luz continuará acesa nas telas e nas lembranças.

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