Um almoço em família que deveria ser um momento de celebração transformou-se em um pesadelo para Lucas da Silva, de apenas 19 anos. O jovem está internado em estado crítico após consumir um bolinho de mandioca que, segundo os médicos, pode ter sido envenenado. O principal suspeito do crime é o próprio padrasto de Lucas, Ademilson Ferreira dos Santos, que foi detido temporariamente pela Polícia Civil de São Paulo na última quarta-feira (16).
A prisão de Ademilson foi determinada após investigações que indicaram seu envolvimento no possível envenenamento. A delegada responsável pelo caso revelou, em entrevista, que o comportamento do suspeito desde o início levantou suspeitas. Ele tentou atribuir a culpa à irmã, alegando que foi ela quem ofereceu os bolinhos. No entanto, as evidências coletadas demonstram que Ademilson foi quem preparou e distribuiu os bolinhos a todos os membros da família.
O “presente de família” foi entregue na última sexta-feira (12) e, segundo o relato da mãe de Lucas, Ademilson não apenas distribuiu os bolinhos, mas também os serviu pessoalmente. “Ele abriu um bolinho, comeu um pedaço na nossa frente e levou o do Lucas até o quarto”, contou a mãe, descrevendo uma cena que parecia normal até o momento em que Lucas começou a passar mal.
Após a refeição, Lucas começou a apresentar sintomas graves, levando sua mãe a buscar ajuda rapidamente. O jovem foi levado para a Unidade de Pronto Atendimento, onde os médicos diagnosticaram um quadro de intoxicação aguda, possivelmente causado por envenenamento. O caso foi imediatamente encaminhado para as autoridades competentes, incluindo a Guarda Municipal e a Polícia Civil.
Ademilson, desde o início, negou qualquer envolvimento e tentou apontar sua irmã como a culpada. Em uma entrevista à TV Globo, ele fez uma alegação polêmica, sugerindo que sua irmã o odiava por questões raciais e de parentesco. A irmã, por sua vez, negou qualquer envolvimento e afirmou estar afastada da família por razões pessoais, sem qualquer relação com o incidente.
Uma nova reviravolta nas investigações ocorreu com a descoberta de mensagens entre Ademilson e um pastor, onde ele confessa ter pensamentos suicidas e até de matar Lucas. “Pensei em matar o Lucas, mas Deus me livrou disso”, escreveu em uma das mensagens. A situação se torna ainda mais alarmante à medida que a perícia coleta amostras dos bolinhos e ingredientes usados na casa de Lucas para análise toxicológica, a fim de determinar se houve contaminação intencional.
Enquanto o inquérito continua, Lucas permanece internado na UTI do Hospital de Urgência de São Bernardo. De acordo com os últimos boletins médicos, ele está consciente, mas depende de ventilação mecânica e monitoramento constante, tendo inclusive iniciado sessões de hemodiálise devido à gravidade de seu estado. A situação gera preocupação e indignação na comunidade, que aguarda ansiosamente por respostas e justiça neste caso trágico que evidencia os perigos da violência doméstica.
A história de Lucas destaca uma realidade alarmante: a violência familiar pode se manifestar de maneiras insuspeitas, e a confiança dentro de casa pode ser rompida de forma devastadora. A expectativa agora recai sobre a justiça, que terá a responsabilidade de esclarecer os fatos e, se necessário, responsabilizar os envolvidos, enquanto a família de Lucas vive dias de incerteza e angústia.