No dia 7 de maio de 2025, uma tragédia chocou a cidade de Santos, no litoral de São Paulo. O sargento da Polícia Militar, Samir Carvalho, foi acusado de cometer um ato horrendo ao assassinar sua esposa, Amanda Fernandes Carvalho, em uma clínica médica. A brutalidade do crime, que incluiu 51 facadas e três disparos, levantou questões profundas sobre a natureza da violência doméstica e os efeitos devastadores do ciúmes.
A investigação, conduzida pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM), revelou que o sargento agiu de forma premeditada, levando consigo um revólver e um punhal no momento do crime. A delegada Deborah Lázaro, responsável pelo caso, afirmou que a motivação do assassinato foi o ciúmes exacerbado de Samir, que acreditava estar sendo traído. No entanto, durante as apurações, ficou claro que Amanda não mantinha nenhum relacionamento extraconjugal.
O crime ocorreu em plena luz do dia, dentro de uma clínica na Avenida Pinheiro Machado, no bairro Marapé. Amanda, que estava acompanhada da filha de 10 anos, foi morta sem chance de defesa. A menina, que tentou proteger a mãe, ficou ferida e precisou de hospitalização por seis dias.
A delegada Lázaro expressou sua indignação com a frieza demonstrada por Samir durante a reconstituição do crime, onde o sargento alegou não lembrar de nada e mostrou pouca emoção. “Esperava que ele estivesse triste ou arrependido, mas não parecia”, disse a delegada, ressaltando a gravidade da situação.
O inquérito policial, que já foi enviado ao Fórum de Santos, não apenas indiciou Samir por feminicídio, mas também o acusou de tentativa de homicídio contra a filha. A reconstituição do crime, realizada em 22 de maio, foi um passo crucial para entender a dinâmica do evento trágico.
Os policiais que atenderam à ocorrência também estão sob investigação. A Secretaria de Segurança Pública de São Paulo confirmou que os agentes, que presenciaram o crime, foram afastados enquanto a conduta deles é analisada. Relatos sugerem que havia uma falta de ação efetiva por parte dos policiais no momento do ataque.
De acordo com os depoimentos dos policiais, ao chegarem à clínica, foram informados pela secretária que Amanda e a criança estavam trancadas para se proteger de Samir. O sargento, que parecia calmo, até mesmo sorriu ao se aproximar dos agentes, o que levanta questões sobre sua intenção real naquele momento.
O médico responsável pela clínica relatou que Amanda estava visivelmente assustada e havia mencionado que seu marido estava armado e a ameaçava. Ele tentou proteger mãe e filha, trancando a porta do consultório, mas a situação rapidamente se tornou incontrolável.
Durante a sequência de eventos, Samir conseguiu entrar na sala e disparar contra Amanda e a criança. O médico e a secretária relataram que, ao ouvirem os tiros, se refugiaram, e foi somente depois que o sargento foi contido que puderam sair.
A gravidade das lesões sofridas por Amanda foi confirmada por laudos necroscópicos que apontaram para uma morte violenta, decorrente de hemorragia interna provocada pelos ferimentos. O documento evidenciou a ferocidade do ataque, que deixou a cidade em estado de choque.
Atualmente, Samir Carvalho está detido no Presídio da Polícia Militar Romão Gomes, em São Paulo, e foi temporariamente afastado de suas funções. A condição de inatividade militar implica na perda de salários e não contabiliza o tempo de serviço.
O caso de Samir e Amanda não é apenas uma tragédia pessoal, mas um reflexo de um problema social maior: a violência contra a mulher. A sociedade precisa refletir sobre as causas profundas desse tipo de crime e buscar soluções para prevenir que tragédias como essa se repitam.
As investigações continuam, e o Ministério Público irá avaliar se existem provas suficientes para levar o caso à Justiça. O clamor por justiça é forte, não apenas pela memória de Amanda, mas também pela segurança de todas as mulheres que enfrentam situações semelhantes.
O advogado de Samir afirmou que a defesa se manifestará após a conclusão das investigações, mas a dor e a perda da família Carvalho são irreparáveis. A cidade de Santos, marcada por esta tragédia, deve agora unir forças para combater a violência doméstica em todas as suas formas.