A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está se preparando para uma nova ação no Supremo Tribunal Federal (STF), onde pretende solicitar ao ministro Alexandre de Moraes o fim da prisão domiciliar que atualmente pesa sobre o ex-chefe do Executivo.
Este movimento ocorre em um contexto de crescente tensão jurídica, envolvendo aliados de Bolsonaro e uma pressão política intensificada em torno das investigações em curso no tribunal.
Conforme informações obtidas pelo portal Metrópoles, os advogados de Bolsonaro pretendem argumentar que não há riscos concretos à ordem pública que justifiquem a manutenção das medidas restritivas.
Eles também defendem que o ex-presidente tem colaborado com as investigações, o que, segundo a defesa, torna a prisão domiciliar desnecessária diante do andamento dos processos. A expectativa é que o pedido seja formalizado nas próximas semanas.
Essa estratégia jurídica surge em um momento crítico para o núcleo político que apoia Bolsonaro. Recentemente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) moveu uma denúncia contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro e o blogueiro Paulo Figueiredo, ambos acusados de coação em processo judicial. Essa nova questão judicial adiciona complexidade ao já conturbado cenário legal enfrentado pela família do ex-presidente.
Aliados próximos ao PL indicam que a retirada da prisão domiciliar é vista como uma forma de revitalizar a presença política de Bolsonaro, que tem sua participação em eventos e discussões partidárias limitada desde a imposição das restrições.
Com as eleições de 2026 se aproximando, muitos dentro do partido acreditam que a liberdade do ex-presidente pode ser crucial para fortalecer sua influência nas articulações políticas futuras.
Entretanto, a situação não é simples para Bolsonaro. Fontes ligadas ao STF apontam que o ministro Moraes tem sido firme em suas decisões, reiterando a importância de manter medidas restritivas para proteger a integridade das investigações e a estabilidade institucional.
A postura rigorosa da PGR em relação ao grupo bolsonarista pode complicar a análise do pedido de revogação da prisão domiciliar, tornando a situação ainda mais desafiadora para a defesa.
Enquanto isso, o apoio entre os aliados de Bolsonaro está longe de ser unânime. Há uma divisão clara: alguns defendem uma abordagem cautelosa, preferindo esperar os desdobramentos da denúncia contra Eduardo Bolsonaro antes de pressionar o STF.
Outros, no entanto, estão prontos para mobilizações mais agressivas, utilizando redes sociais e manifestações públicas para reforçar a narrativa de que há uma perseguição política em curso. Essa divisão revela as tensões internas no campo bolsonarista, que tenta equilibrar a defesa jurídica com a mobilização popular.
O futuro imediato de Jair Bolsonaro no cenário político e jurídico dependerá da decisão do ministro Moraes sobre a admissibilidade do pedido de sua defesa. Se o pedido for aceito, é provável que a PGR também seja chamada a se manifestar antes que uma decisão final seja tomada.
Enquanto isso, o ex-presidente permanece em prisão domiciliar, com seus advogados e aliados monitorando de perto essa batalha legal, que representa não apenas a busca por sua liberdade, mas também um teste significativo para seu papel na política nacional.