
Um episódio de extrema tensão familiar terminou em violência neste domingo (20), em um bairro da zona sul da cidade. Uma mulher, ao retornar para casa mais cedo do que o previsto, teria flagrado sua mãe em uma situação íntima com seu próprio marido. Diante da cena, ela perdeu o controle emocional e, em um ato impulsivo, atropelou a mãe com o carro, prensando-a contra o muro da residência.
Segundo testemunhas ouvidas pela Polícia Civil, a filha havia tido um compromisso cancelado e decidiu retornar para casa. Ao entrar na sala, deparou-se com a mãe, de 52 anos, e o companheiro, de 35, em clima de proximidade que indicaria traição. A cena, segundo ela relatou às autoridades, foi “insustentável e devastadora”.
Desnorteada, a mulher saiu da residência e entrou no carro que estava na garagem, um sedã de cor preta. Poucos segundos depois, teria acelerado o veículo com direção à mãe, que havia saído da casa para tentar dialogar. O impacto da colisão foi violento e prensou a vítima contra a parede da frente da casa, gerando múltiplos ferimentos.
O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU) foi chamado por vizinhos, que relataram gritos e tumulto momentos antes do acidente. A mulher atropelada foi socorrida ainda com sinais vitais e levada às pressas ao hospital municipal, onde passou por uma cirurgia de emergência. Seu estado é considerado grave, com múltiplas fraturas e trauma torácico.
A filha permaneceu no local até a chegada da polícia. Segundo os agentes, ela estava em choque, chorando e com sinais de desorientação. Em depoimento, disse que agiu por impulso, tomada por um sentimento de traição dupla. “Não pensei, só senti raiva”, teria dito.
O genro, por sua vez, fugiu do local antes da chegada das autoridades. A polícia informou que ele será intimado a prestar esclarecimentos e que seu paradeiro já está sendo investigado. O caso foi registrado como tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, mas a delegada responsável não descarta a possibilidade de outras qualificações, dependendo do desdobramento das investigações.
Moradores da rua onde tudo aconteceu ainda tentam entender o ocorrido. Uma vizinha afirmou que a família era considerada discreta. “A gente nunca imaginou uma cena dessas. Foi como assistir a um filme, mas com pessoas reais que conhecemos há anos.”
O caso segue sendo apurado pela Delegacia de Crimes Contra a Pessoa, que agora tenta entender se houve premeditação ou se o ato foi uma reação momentânea, fruto do abalo emocional extremo. A situação, além de levantar discussões sobre violência familiar, também chama atenção para os efeitos devastadores da quebra de confiança em núcleos afetivos.