
O caso que envolve a morte do empresário Adalberto Amarilio dos Santos Júnior, de 36 anos, continua a intrigar a polícia, a imprensa e a opinião pública. As investigações, que já começaram cheias de perguntas sem respostas, ganharam um novo rumo após a divulgação de laudos que contradizem as versões apresentadas até agora.
O mais recente relatório do Instituto Médico-Legal (IML) revelou algo inesperado: não foram encontrados vestígios de álcool ou drogas no organismo de Adalberto. A informação vai de encontro direto com o depoimento inicial de Rafael Aliste, amigo que o acompanhava na noite do desaparecimento, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo.
Rafael havia relatado à polícia que ambos consumiram cerca de oito latas de cerveja e fumaram maconha oferecida por desconhecidos durante o evento de motociclistas. Com o resultado do exame toxicológico em mãos, as autoridades agora questionam a veracidade de tudo o que foi dito até então.
A delegada Ivalda Aleixo, que lidera o inquérito, já havia demonstrado desconfiança com o primeiro relato de Rafael. Ela classificou o depoimento como “cheio de lacunas e contradições”. Diante disso, o amigo foi novamente chamado à delegacia, onde passou mais de seis horas sob interrogatório, desta vez acompanhado por uma equipe de análise comportamental.
Utilizando a técnica de “perfilamento criminal”, os especialistas buscaram identificar inconsistências no discurso de Rafael e possíveis sinais de manipulação psicológica. O objetivo era entender se ele poderia estar omitindo fatos importantes ou tentando proteger alguém.
Em meio a essas investigações, outro detalhe inusitado foi descoberto pela perícia: escoriações no pescoço da vítima. Até então, a informação divulgada era de que o corpo havia sido encontrado sem ferimentos aparentes. Esse novo elemento pode ser decisivo para entender se houve agressão física antes da morte.
O corpo de Adalberto foi localizado dentro de um buraco, em uma área de obras do autódromo, sem calça e sem sapatos. Esse cenário atípico alimenta ainda mais as especulações sobre o que realmente teria ocorrido naquela noite.
Além do laudo toxicológico, a polícia ainda aguarda o resultado do laudo necroscópico — a autópsia completa — e da análise de DNA de manchas de sangue encontradas no veículo da vítima. Esses exames podem trazer novas peças para o quebra-cabeça que até agora parece insolúvel.
Outro fator curioso envolve o horário exato da morte. Segundo fontes da investigação, as baixas temperaturas registradas em São Paulo nos últimos dias teriam contribuído para a conservação do corpo, dificultando a estimativa precisa do momento do óbito.
A esposa de Adalberto e alguns seguranças que trabalhavam no evento também foram ouvidos pelos investigadores. Seus depoimentos estão sendo cruzados com os demais relatos, na tentativa de encontrar pontos em comum ou novas contradições que possam esclarecer o mistério.
O desaparecimento aconteceu na noite de 2 de junho, durante um encontro de motociclistas. Já o corpo foi encontrado apenas no dia seguinte, em circunstâncias que levantam hipóteses de acidente, homicídio ou até mesmo um crime premeditado.
Familiares, amigos e curiosos seguem atentos ao desenrolar do caso, que ganhou repercussão nacional. A cada novo detalhe revelado, as dúvidas parecem se multiplicar.
O comportamento de Rafael segue como peça central nas investigações. O fato de sua versão já ter sido desmentida pelos exames técnicos coloca em xeque sua participação ou conhecimento dos eventos que levaram à morte de Adalberto.
Por enquanto, as autoridades aguardam ansiosamente os resultados dos exames finais, que devem ser divulgados na próxima segunda-feira (16). Até lá, o caso segue cercado de mistérios, teorias e uma forte pressão por respostas.
A polícia não descarta nenhuma linha de investigação e admite que o caso pode ainda ter reviravoltas surpreendentes nas próximas semanas.