
Um dia comum em Graz, segunda maior cidade da Áustria, terminou em horror absoluto. O que deveria ser apenas mais uma manhã de aulas acabou se transformando em um pesadelo para estudantes, professores e familiares. Um atirador abriu fogo dentro de uma escola, deixando um rastro de vítimas e levantando novamente discussões antigas sobre a segurança e o controle de armas no país.
Segundo as primeiras investigações, o agressor parecia ter um alvo bem definido: colegas de sua antiga turma. Embora ainda não se saiba ao certo o que motivou o ataque, a escolha dos alvos sugere uma possível conexão pessoal entre o atirador e as vítimas.
A resposta das autoridades foi rápida. Mais de 300 agentes de segurança foram mobilizados assim que os primeiros disparos foram ouvidos. Em questão de minutos, 56 policiais chegaram ao colégio, contendo a situação e iniciando o resgate de estudantes e funcionários.
A operação de evacuação foi conduzida com eficiência. Os alunos foram levados a um ponto de segurança estabelecido nas proximidades, onde puderam finalmente reencontrar seus familiares, aliviados por estarem a salvo após momentos de extremo pânico.
Além das forças policiais, unidades de resgate, helicópteros e equipes médicas de emergência também participaram da operação, garantindo o atendimento imediato aos feridos e o suporte psicológico aos sobreviventes.
O local do ataque permanece isolado para que as investigações possam ser realizadas com o máximo de rigor. Equipes especializadas trabalham na coleta de evidências, enquanto autoridades tentam reconstruir a dinâmica do ataque e compreender as motivações por trás do ato violento.
A tragédia gerou forte comoção em todo o país. Elke Kahr, prefeita de Graz, expressou seu profundo pesar, classificando o ataque como uma “tragédia horrível”. Segundo ela, entre os mortos e feridos há tanto adultos quanto jovens estudantes.
O presidente austríaco Alexander Van der Bellen também manifestou seu choque diante do episódio, afirmando que o atentado representa “um horror que atinge o coração” da nação. O chanceler Stocker decretou luto oficial de três dias em homenagem às vítimas.
Do cenário político europeu, a ministra para Assuntos Europeus e Internacionais, Beate Meinl-Reisinger, usou as redes sociais para demonstrar sua dor. Em um desabafo pessoal, afirmou: “É incompreensível e insuportável. Minha solidariedade e meu luto vão para as vítimas e suas famílias. Como mãe de três filhos, isso parte meu coração.”
O ministro do Interior, Gerhard Karner, anunciou que visitará a cidade de Graz ainda hoje, demonstrando a gravidade e a importância que o governo federal dá ao caso.
Do outro lado do Atlântico, o governo brasileiro também se pronunciou. Em nota oficial emitida pelo Itamaraty, o Brasil lamentou profundamente o ocorrido, prestando solidariedade ao povo austríaco. A Embaixada do Brasil em Viena mantém seu plantão consular ativo, mas até o momento não há registro de brasileiros entre as vítimas.
O episódio trouxe novamente à tona o debate sobre a legislação austríaca de controle de armas. Embora o país permita, sob certas condições, a posse de pistolas e rifles, armamentos automáticos e de maior potência permanecem proibidos. Ainda assim, o incidente reacende questionamentos sobre a eficácia das regras atuais.
Infelizmente, não é a primeira vez que a Áustria enfrenta situações desse tipo. O ataque remete à memória de outros atentados já registrados no país, como o ocorrido em Viena, em 2020, e o massacre de Mauterndorf, em 1997.
Enquanto a cidade de Graz tenta lentamente retomar sua rotina, o país inteiro mergulha em luto e reflexão. As investigações prosseguem para esclarecer os detalhes deste crime que, mais uma vez, expõe a fragilidade humana diante de atos de extrema violência.
O que se sabe até agora é que o autor do ataque agiu sozinho e já está sob custódia das autoridades. Seu estado psicológico, histórico pessoal e possíveis conexões ainda estão sendo analisados pelos investigadores.
A dor, no entanto, já é certa. Famílias despedaçadas, uma cidade abalada e um país que novamente se pergunta: como impedir que tragédias como esta voltem a acontecer?