Quando o desejo vira tragédia”: mulher m4t4 marido após recusa de relação, diz polícia

Na tranquila cidade de Canoas, na Região Metropolitana de Porto Alegre (RS), um crime chocante abalou a vizinhança: uma mulher de 24 anos foi presa na madrugada de 7 de janeiro acusada de matar o marido, de 31 anos, durante uma discussão doméstica que teria começado por conta da recusa de sexo.

De acordo com o delegado Rafael Naves, responsável pelo caso, os conflitos no relacionamento do casal já eram frequentes. Na madrugada do crime, Tiago Santos da Silva teria se negado a ter relações sexuais com a esposa, o que desencadeou uma briga acalorada.

A dinâmica da confusão levou a vítima a ser atingida por uma facada no peito, conforme informado pela Polícia Civil. Ele foi encontrado ferido no interior da residência, na Rua Amazonas, bairro Mathias Velho, por volta das 5h.

No depoimento, a suspeita alega ter agido em legítima defesa. Segundo ela, Tiago teria partido com uma faca contra ela, que conseguiu desarmá-lo antes de revidar com um golpe fatal ao peito.

A mulher também afirmou que durante o desentendimento foi agredida. Ela chega a relatar que perdeu parte da força ao agarrar a arma branca que o marido usava ‒ mas, mesmo assim, desferiu o golpe mortal.

A prisão foi efetuada em flagrante ainda na residência do casal. O cadáver de Tiago foi identificado no local, sem sinais de remoção prévia, fato que precipitou a ação imediata da polícia.

Histórico de brigas e reconciliações marcou o convívio dos dois ao longo de cerca de cinco anos. Também consta nos registros que a mulher possui antecedentes por ameaças e denunciação caluniosa.

Além disso, apurações iniciais apontam que a suspeita faz uso de drogas e trabalhava como garota de programa, daí a instabilidade no relacionamento.

Ao prestar depoimento, a mulher explicou que, após o crime, buscou o pai da vítima para confessar o ocorrido. Logo depois, afirmou ter tentado aplicar os primeiros socorros esperando a chegada do Samu.

Em audiência de custódia, a acusada ganhou direito à prisão domiciliar, monitorada por tornozeleira eletrônica. A decisão judicial considerou que ela não era ré primária e que é mãe de uma criança de aproximadamente cinco anos.

A defesa, por meio da advogada Thaís Constantin, sustenta que a cliente reagiu para se proteger. Relatou que ela foi ferida na mão ao tentar impedir que Tiago a atingisse com a faca.

A Polícia Civil continua a análise das provas e empreende entrevistas com vizinhos, familiares e outros que possam ter presenciado o conflito. Até o momento, o caso ainda está sendo tratado como crime passional com possível legítima defesa.

O cúmulo do diálogo – sexo recusado e reações violentas – chama a atenção para o quanto as tensões em relacionamentos podem escalar, principalmente em ambientes já permeados por agressões anteriores.

Especialistas ouvidos por esta reportagem ressaltam que, em discussões domésticas que envolvem intimidade, o risco de violência cresce exponencialmente, principalmente quando há uso de substâncias ou histórico de conflitos recorrentes.

Para além do inquérito, o caso reacenderá, sem dúvidas, o debate sobre limites do que pode ser considerado legítima defesa em relações pessoais e até que ponto o Estado deve intervir para proteger vítimas em potencial.

Enquanto isso, a comunidade de Canoas aguarda desfechos e informações adicionais, inclusive resultados de perícia que possam esclarecer a dinâmica exata do crime durante aquela madrugada.

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