No segundo dia do julgamento referente à chamada “trama golpista” no Supremo Tribunal Federal (STF), programado para amanhã, a ausência do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) se torna um ponto de destaque.
A defesa do ex-chefe do Executivo informou que sua condição de saúde não permite que ele compareça pessoalmente à sessão. Essa situação reacende discussões sobre como a saúde de Bolsonaro pode influenciar um processo de tamanha importância política e jurídica.
De acordo com o advogado Celso Vilardi, que representa Bolsonaro, o ex-presidente está enfrentando problemas de saúde, incluindo episódios recorrentes de vômitos e crises de soluços, que estão associados a um quadro de esofagite e gastrite.
Essas condições não são novas na vida de Bolsonaro e têm impactado sua rotina, dificultando sua participação no julgamento. Vilardi reforçou que a saúde do ex-presidente não está em um estado que permita sua presença na Corte.
Embora a defesa tenha inicialmente alimentado a possibilidade de que Bolsonaro aparecesse no STF, essa ideia foi rapidamente descartada devido ao agravamento de seus sintomas.
A expectativa gerada em torno de sua presença era vista como uma tentativa de reafirmar sua força política e respeito ao processo judicial, mas acabou sendo frustrada, deixando a responsabilidade da sustentação oral nas mãos de seus advogados.
O julgamento de amanhã é considerado um momento crucial, pois será a vez de quatro réus, incluindo Bolsonaro, apresentarem suas defesas. A falta do ex-presidente no plenário, ainda que justificada por motivos de saúde, levanta questões entre analistas políticos.
Há quem se pergunte se sua ausência é realmente uma consequência de problemas de saúde ou uma estratégia para evitar a exposição em um tribunal que já demonstrou críticas ao seu governo.
Essa estratégia de afastamento pode ser vista sob diferentes perspectivas. Por um lado, a ausência pode prevenir um desgaste desnecessário em um espaço onde ele é amplamente questionado. Por outro lado, a fragilidade de sua condição de saúde pode gerar empatia entre seus apoiadores, que tendem a ver a situação médica como uma tentativa de humanizar a imagem do ex-presidente em meio a um processo tão simbólico.
O advogado Vilardi afirmou que a situação clínica de Bolsonaro não deve ser interpretada como uma manobra para evitar o julgamento. A repercussão da ausência de Bolsonaro é inegável. O julgamento tem o potencial de moldar o futuro político do Brasil, e a falta do principal réu pode ser vista como uma oportunidade perdida de enfrentar as acusações diretamente.
Enquanto críticos argumentam que a ausência é uma tentativa de evitar um momento de vulnerabilidade, aliados sustentam que isso demonstra o quanto Bolsonaro está sendo pressionado, mesmo em sua saúde debilitada.
Assim, a sessão de amanhã promete manter a tensão em torno da “trama golpista”, um dos episódios mais significativos na relação entre Jair Bolsonaro e o Judiciário. Com a saúde do ex-presidente como um elemento central, a defesa enfrentará o desafio de apresentar argumentos robustos que possam afastar as acusações de subversão da ordem democrática.
O desfecho deste julgamento, sem dúvida, terá repercussões que se estenderão por várias esferas da política brasileira nos próximos meses.